sábado, 7 de janeiro de 2012

Perdoem a insensatez! Era apenas uma mocinha.

Não que fosse gélida, fria talvez… Mas ocorre que aquele pseudo-egoísmo ou egoísmo de fato, era confuso demais e ainda assim, fazia todo o sentindo. A mocinha tola que se magoa com as coisas e finge que não houve nada; a mocinha tola e orgulhosa que não perdoa traição, ainda que deseje àquele moço mais que tudo; a mocinha tola e sentimental que enche os olhos d’água e fala que foi só um cisco e todas essas variantes de ‘mocinhas tolas’ não cabiam mais naquela mocinha. Ela ainda era tola, ainda era orgulhosa e ainda sentimental, mas encontrou um novo aliado e logo aliou-se ao amor-próprio. Há quem chame de egoísmo, mas o outro termo melhor a apetece. Então ela usou de sua tolice para encontrar um moço tão tolo quanto ela. Usou de seu orgulho, para ousar ser feliz. Nada mais de penar na vontade, apenas almejava à felicidade própria e se perdoar, até mesmo traições, fosse necessário, o fazia sem medo. Pra quê largar de quem lhe faz bem? Porque tal alguém tocou outros lábios ou outra pele? Bobeira. Contanto que continuasse a tocar os lábios da mocinha e sua pele também, tudo estava encantador. Usou de seu sentimentalismo para falar tudo que lhe desse vontade, até mesmo aqueles frases tão piegas, tão surradas, tão inválidas. Falava o que viesse à sua cabeça, sem receio. Contava de seus sentimentos para a pessoa que a fazia senti-los e assim, ouvia tudo que desejava e findava feliz. Antigamente ela queria arrancar sorrisos de outras pessoas, mais precisamente de outro rapaz. Mas ele a arrancou lágrimas e magoo-a tão profundo, que a mocinha decidiu que desde então apenas sorriria. Não importava quantas palavras bonitas a dissessem, nem tão pouco quantos afagos lhe dessem, ou até mesmo quanto calor daquele corpo resolvessem abrandar. Nada mais a faria querer arrancar risos alheios, queria todos os risos do mundo bordados em seu próprio rosto. Ainda tinha um coração brando, belo, bom… Ainda sorria em perceber que fazia alguém sorrir. A sua essência sempre seria a mesma e ela sabia disso, até se orgulhava. Mas esconder-se por trás de uma fantasia de Narciso não parecia má ideia. Querer sua felicidade acima de qualquer coisa não parecia algo tão feio. Afinal, na vida todos precisam escolher suas prioridades e a mocinha já escolhera a sua: Ser feliz, bordar sorrisos em seu rosto! Alguns a taxavam de egoísta, outros de amargurada. Mas que mal pode haver em aprender com os acontecimentos da vida? Se não aprender vivendo, como irá aprender? Ela se contia, abraçava o moço que lhe dava beijinhos, e sorria.

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