sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Questão de ser.

 Maria Pequena era moça de grande coração, grande o suficiente para abrigar à um tanto de saudade, um tanto nem tão pequeno. Pois haviam as grandes folhas da árvore do quintal que esqueceram-se de cair para que Maria pudesse brincar. E o vento? Pra onde raios soprou, que esqueceu-se de soprar os cabelos da menina e num dengo tirá-la para valsar? Para Maria Pequena o mundo era grande visto do topo de seu um metro e meio. E ela também era grande ao ver de seus amigos com pouco mais de seis anos. A Pequena também tinha saudade da grande janela de seu antigo quarto e se entristecia ao ver por entre as grades só um bando de carros, prédios e pressa. Pobre garotinha, não queria a enorme TV, nem o enorme prédio ou o pequeno apartamento. À noite, ela fechava os grandes olhos e com seus joelhos miúdos enterrados no carpete orava para ter sua árvores, seus pássaros e sua antiga vida de volta. Quando o sol raiava, ela não sentia mais os raios escaparem pela cortina que esvoaçava, e queimarem de leve sua pele. Agora, Pequena mal via o sol. Mas quando a mamãe a chamava feliz, ela pintava um sorriso no rosto e corria apressada com suas pernas curtas para o colo materno. Maria Pequena era menina, menina que de pequena só tinha o nome.

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