sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Simplesmente Desamor.



     
 Às vezes passava noites inteiras acordada. Não porque o sono lhe faltasse, mas ele era pouco comparado à dor que lhe agonizava o peito. Olheiras e arfar fadado. Raios de sol invadiam-na, iluminavam o interior obscurecido pela dureza da noite solitária. Tic-tac. Tic-tac. Tic-tac. O dia correu e ninguém notou. Lamúrias, destreza para aceitar à dor. Ele tocava a campainha e o blin-blon fazia o coração da moça disparar. Um salto, um movimento e novamente se perdera fitando por demasiado tempo os olhos do rapaz. - Calma, menina. - Como de costume, ela permitira que ele adentrasse na sua casa, no seu quarto, na sua vida… E foram risos, foram carícias, foram perdões e foram cessar com a falta que ambos sentiam. Quatro ou cinco horas juntos e tudo que restava era a incerteza. O moço a chamava de pequena e beijava-lhe a testa, bem como suplicava para que ela se rendesse a ele e a amava de corpo e alma. Haviam as borboletas, havia o pulsar intenso, haviam os devaneios, havia o refúgio, havia o desconcerto, havia a calmaria, havia um tanto de coisas fundamentais… E talvez houvesse amor, mas nesse romance nunca houve espaço pra outro capítulo. Afinal, a mocinha não sabia amar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário