quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

À beira de um abismo ridiculamente romântico.

As mãos, antes intangíveis, agora transpiravam rendidas à aflição de encontrar um par. Acabara de descobrir um novo céu; onde nuvens e estrelas perdiam toda a grandiosidade, se comparadas ao sol que se refugiava no castanho-escuro daquele par de olhos estreitos. A calma pegou estrada, levando a sensatez consigo e tudo, simplesmente tudo, caía nos encantos de uma insensata aflição. Outrora haveriam dezenas de coisas capazes de suscitarem o que era esplendor, mas nestes estranhos tempos de amar, a resposta era clara e exclusiva. Doara anos de sua vida a crer que casar era uma bobagem tremenda, e casar por amor, pior seria. Bem mais encantador ganhar o título de amante, afinal era apenas isso. Tanto em namorar, como em casar ou em trair, tudo se resumia a títulos. Sabias que se o sentimento fosse recíproco, títulos seriam desnecessários, pois a fidelidade seria de certo. Não queria alguém para presentear chamando de “marido” e em troca ouvi-lo a chamar de “esposa”. Queria amar, somente isso. Queria mergulhar numa imensidão de amor puro e mundano. E o fazia. Mas pensando por alguns segundos… percorrera um longo caminho até a beira do abismo e não queria que o fosse em vão. A um pé de se render, que mal tão medonho poderia haver lá no fundo? Nunca foi desejar, preferia descobrir. - então disse um suave “sim” ajeitado em sua voz serena, pegou o amado pelas mãos ávidas e juntos, foram desvendar os mistérios desse abismo.

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