sábado, 7 de abril de 2012

Refugiar-se.

Eu sei que a coisa tá preta, que o dia tá escuro e à noite tende a vir eclipse. Eu sei que o amor tá caro, que dançar é raro. Sei que a música está ao longe, que o espelho quebrou e beleza alguma restou. Mas venha ser meu. Eu sei que a casa é apertada, que o peito é surrado e já deve ter dona, mas venha ser meu. Eu sei que há medo do desengano, do desamor, do excesso ou da falta. Sei que tens problemas, sei cada um deles. Sei nossa primeira discussão, nossa primeira reconciliação, sei nossa casinha simples, nosso jardim florido de dentro pra fora. Sei do perigo, mas também sei do abrigo. Sei de tanto, como sei que falta-me saber muito. Mas venha ser meu. Venha sem medo. Venha sem máscaras. Venha de peito aberto. Venha porque quer ou venha porque o quero. Eu sei que periga cairmos no precipício da infelicidade, eu sei, mas mãos unidas combatem qualquer maldade. Eu sei que periga a gente ser feliz, eu sei que assusta, mas diga-me que nunca quis. Deixe de se prender a amor-náufrago e venha logo ser meu. Confesso: meus sorrisos serão teus, teus medos serão meus. Meus, teus, nossos… Venha, venha logo, venha com pressa, venha sem peso. Venha alçar voo, venha se libertar de tudo que um dia ousou, ao chão te enraizar. Venha ser leve, livre. Venha ser feliz. Venha ser meu. 

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