sexta-feira, 27 de abril de 2012

Todavia dói.

Confiem em seus olhos, eles podem não ver tudo, mas sem dúvidas, mostram tudo. Quero o teu sabor, dizem que meus olhos tratam da denúncia. Todavia não busco dissimular, que mal pode a verdade trazer? Mas não vi apenas beleza. Tens temor demais e justamente pelo que jamais terei. Há de doer, mas dançar nunca fará mal o suficiente. Perdoe-me por não confiar no tempo, faço-me relógio. E logo canso de rimas pobres, de tanta calma e da alma. Creio ter visto encantos fúnebres demais, prolixos, tementes a um Deus que desconheço. Quisera eu, ter força de vontade o suficiente para ter fé em algo além de minhas mãos. Quisera meu peito ser contido o suficiente para encher-se de rancor. Será que a sina do amor é ser para sempre desamado? Não quero tua mão trêmula e dispersa acenando para mim ao longe, quero teus braços fortes e quentes em volta de meu corpo, abrasando-me num abraço com pouco intento. Não vi só beleza e isso me estremeceu. Mas… seria eu a quinta essência do amor? Ah, claro que não. Boba, que delírio tremendo! Amor e beleza sempre me costumaram ser sinônimos. Então repito: nem só beleza eu vi. Cores são belas e camaleões podem ter várias, então camaleões são belos? Rendo-me à dúvida, a menos que o camaleão tenha olhos dissimulados e uma síndrome de Capitu. De fato, me intriga a quantidade de mensagens que posso deixar nas entrelinhas. Eu tentei, mas não há um amor para roubar o teu lugar. Porque me deixaste ver apenas beleza?  

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